Muitas pessoas, tendem a imaginar que o Sol “pega fogo”, afinal ele brilha e aquece como o fogo. Mas tecnicamente, o processo que ocorre no Sol é bem diferente do fogo. O fogo é resumidamente uma ação oxidante que libera energia na forma de luz e calor. Ao queimar um pedaço de papel, estamos fazendo nada mais do que promover a oxidação do carbono presente no papel gerando gás carbônico e liberando energia. Para essa reação ocorrer é preciso de calor e como a queima gera calor, ela termina retroalimentando o processo até que todo o papel esteja queimado.
Já no Sol, o processo é bem diferente. A cada segundo, cerca de 4 milhões de toneladas de hidrogênio são convertidas em energia no núcleo da nossa estrela mãe. Essa energia é gerada a partir da fusão nuclear, ou seja, os núcleos dos átomos de hidrogênio se fundem e dão origem à átomos de hélio e muita energia. Toda essa energia é lançada para fora do núcleo e percorre mais de 600 milhões de quilômetros dentro do Sol até alcançar a superfície e ser lançada no espaço levando luz e calor para todo o sistema solar. Todo esse processo extremamente energético ocorre graças a intensa força gravitacional gerada pela massa solar equivalente a mais de 300 mil massas terrestres.
Tudo isso transforma o Sol em uma imensa esfera de plasma incandescente. O plasma é nada mais do que gás ionizado e aquecido, e esse plasma gira em torno do centro do Sol, mas a velocidade de rotação é mais rápida no equador e mais lenta nos pólos. Essa diferença de rotação provoca distorções nos campos magnéticos solares e essas distorções quando são muito intensas provocam o afloramento de arcos magnéticos em sua superfície. Se esses arcos forem muito intensos podem lançar no espaço uma imensa quantidade de massa de sua camada mais externa, a corona. São as chamadas “Ejeções de Massa Coronal” e as regiões onde elas ocorrem são chamadas “Regiões Ativas”. Na superfície do Sol, essas regiões são mais frias e escuras e por isso são chamadas de “Manchas Solares”.
Com um equipamento apropriado, E SÓ COM EQUIPAMENTO APROPRIADO, é possível ver uma pequena amostra de todo esse processo ocorrendo. Foi o que conseguiu o professor e astrofotógrafo Rogerio Marcon a partir do observatório em sua casa, em Campinas. Em uma única foto, ele registrou uma ejeção de massa coronal (no alto da imagem) e a Região Ativa 2665, a primeira grande mancha observada depois de um período de calmaria solar. Além da técnica apurada, para se conseguir uma imagem fantástica como essa, é imprescindível o uso de telescópios apropriados, e principalmente, de filtros apropriados. A observação solar sem o uso de equipamentos adequados pode queimar a retina provocando cegueira permanente no observador. Por isso, recomendamos que, se você não tem esse equipamento, observe o Sol apenas através das belas imagens compartilhadas na rede.
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